O gramado da Rua Javari, em São Paulo, reverberava com a paixão dos torcedores em 21 de junho de 1931. Em campo, pelo Campeonato Paulista da APEA, o Clube Atlético Juventus, o "Moleque Travesso" que começava a consolidar sua identidade, recebia o outrora glorioso A.A. São Bento. Era um embate de gerações: de um lado, a ascensão grená; do outro, a nobreza alviceleste que buscava reencontrar seus dias de glória, em uma fase de declínio. O sol de inverno paulistano iluminava uma partida repleta de garra. A Juventus, empurrada por sua torcida fervorosa, abriu o placar com um lance de puro oportunismo do artilheiro **Rato**, que, após uma triangulação rápida com Nesi, finalizou rasteiro, levando o estádio ao delírio. Mas o São Bento, mesmo em declínio, não se entregou. Com a experiência de seus veteranos, conseguiu o empate antes do intervalo, num cabeceio certeiro de **Pinho**, um esforçado centroavante, após escanteio. O segundo tempo foi uma batalha tática. O meio-campo, onde Serafim, da Juventus, travava duelos incansáveis, era o epicentro da disputa. Aos 28 minutos da etapa final, em um contra-ataque fulminante, a estrela do ponta-esquerda juventino, **Leite**, brilhou: ele carregou a bola pela ala, driblou dois marcadores e, com um chute cruzado indefensável, estufou as redes para a vitória do time da Mooca. Um triunfo suado, que solidificou a reputação da Juventus como um adversário temido e confirmou a persistência de um São Bento que, mesmo em seus anos finais, vendia caro cada derrota.