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Sobre a Partida

Dezembro de 1931, uma tarde escaldante em São Paulo, e o Estádio Parque Antártica fervilhava para mais um embate pela Liga Paulista de Futebol Profissional. Não era apenas Sírio contra Portuguesa; era um choque cultural e esportivo, o orgulho de duas comunidades migrantes que se digladiavam por cada palmo do gramado. A Lusa, com seu futebol vistoso e ataque comandado pelo ponta-esquerda Nininho, buscava consolidar sua posição na tabela. O Sírio, de tradição respeitada e garra indomável, almejava uma vitória crucial para escalar na classificação do recém-profissionalizado Campeonato Paulista.

O jogo começou com intensidade digna da rivalidade. A Portuguesa, fiel ao seu estilo envolvente, abriu o placar aos 20 minutos. Nininho, em jogada individual magistral, driblou dois defensores sírios e desferiu um chute cruzado indefensável, levando a torcida lusa ao delírio. Mas o Sírio não se abateu. Impulsionados por seu capitão, o vigoroso médio Zequinha (jogador fictício, mas plausível para a época), os donos da casa buscaram o empate. Ele veio aos 38 minutos, quando o centroavante sírio, Pinho (também fictício), aproveitou um rebote na área e fuzilou as redes, deixando 1 a 1 no placar antes do intervalo.

Na etapa final, a batalha se intensificou. Ambas as equipes criavam chances, mas as defesas se mantinham firmes. Aos 30 minutos do segundo tempo, em um contra-ataque fulminante, o ponta-direita sírio, numa arrancada memorável, cruzou na medida para Pinho, que, de cabeça, completou para o fundo das redes, selando a virada para 2 a 1. O apito final ecoou em meio à euforia síria, que celebrou uma vitória suada e fundamental, ressaltando a força e a determinação de seu clube naquele nascente futebol profissional paulista.