No calor vibrante de Campinas, em 17 de maio de 1931, o Campo do Guarani pulsava com a expectativa de mais uma batalha do Campeonato Paulista. De um lado, o Guarani, com seu tradicional espírito aguerrido; do outro, o Ypiranga da capital, buscando impor seu futebol técnico em busca de pontos preciosos. Embora não fosse um dérbi clássico, o confronto carregava o peso da disputa na competitiva liga paulista, com ambos os times lutando por um lugar de destaque.

O Bugre começou avassalador. Logo aos 12 minutos, o ponta-esquerda **Nenê**, em jogada de pura velocidade e ginga característica da época, invadiu a área e fuzilou o goleiro do Ypiranga, levando a torcida local ao delírio. Mas o Ypiranga não se intimidou. Liderados pela experiência do meio-campo **Formiga**, os visitantes reagiram e, em uma cobrança de falta magistral aos 28 minutos, o zagueiro **Mário** cabeceou com precisão, empatando e silenciando por um breve instante o estádio.

O segundo tempo, porém, foi do Guarani. Com uma determinação contagiante, o ataque campineiro pressionou. Aos 65 minutos, após uma triangulação perfeita que desarticulou a defesa adversária, o centroavante **Alexandre** colocou o Bugre novamente à frente. O gol desestabilizou o Ypiranga, e a vitória foi selada aos 80 minutos. Uma bola alçada na área, um desvio de cabeça e a defesa do Ypiranga sem tempo para reagir: 3 a 1. Os pontos ficavam em Campinas, consolidando a campanha do Guarani e mostrando a força do futebol do interior na elite paulista.